quinta-feira, 4 de junho de 2009

Multinacionais e sua adaptação com a cultura das filiais estrangeiras


Quando uma empresa multinacional decide se instalar em um outro país que tenha uma cultura e costumes diferentes do país de origem da matriz, é preciso que se faça primeiramente uma pesquisa profunda sobre os hábitos e cultura do local escolhido para que a implantação da empresa tenha êxito e traga benefícios e o bom andamento tanto para a matriz quanto para as filiais.

A tarefa do departamento de comunicação da empresa é de verificar essas diferenças culturais e socioambientais, compreende-las, fazer um diagnóstico da realidade do local, para só então conseguir traduzir e adequar as diretrizes e os valores da matriz para a nova filial sem que haja um impacto na cultura regional onde ela será instalada. Muitas vezes uma empresa que não faz um estudo detalhado do local no qual a filial será inserida e apenas impõe suas políticas e diretrizes sem levar em conta a diferença cultural, não obtém a aceitação local do produto e da marca e não consegue cativar a boa vontade de seus públicos de interesse. Isso faz com que a empresa não consiga se inserir no sistema social do local e, conseqüentemente, não terá a realização dos objetivos estabelecidos e, dependendo do grau de recusa, poderá até culminar na formação de um possível grupo de ativistas contra a empresa.
Para que isso não aconteça, é importante que a área de comunicação dê atenção aos até mínimos detalhes e no geral, de acordo com Grunig (2001), ao aplicar em diferentes locais os princípios de relações públicas na comunicação organizacional é necessário considerar as seguintes variáveis: o sistema político, a economia, a cultura, que inclui a linguagem, o desenvolvimento do ativismo, o estágio de desenvolvimento econômico e o sistema de mídias locais – pois o perfil dos jornalistas e da imprensa como um todo, se modifica de um país para o outro.

Um exemplo de empresa que conseguiu lidar com o multiculturalismo é a empresa brasileira Petrobrás que, em 2002, ao adquirir a petroleira Perez-Companq da Argentina, criou um programa de integração, valorizando a história e talentos do país e fazendo investimentos no esporte, na música e na cultura para se mostrar presente na realidade daquele país. Já com a refinaria de Okinawa, no Japão, a empresa optou por gerar vínculos emocionais, utilizando-se do momento de comemoração dos 100 anos da imigração japonesa para o Brasil.

A melhor maneira para uma empresa se instalar em um local que não possua os mesmos traços culturais que o seu, é ter a preocupação de ser percebida como uma empresa local e ter o trabalho de construir relacionamentos, antes mesmo de gerir efetivamente seus negócios, com formadores de opinião locais e apresentar a empresa, seus objetivos, suas responsabilidades e quais serão os benefícios para aquela região com a vinda da organização. Assim, a empresa desde o primeiro momento contará com o apoio e o interesse da população local aos seus negócios, facilitando a interação e bom relacionamento entre organização e seus públicos.


Fonte: Revista Comunicação Corporativa, out/2008

Por: Suéllen Meschiari

Um comentário:

  1. As Casas Bahia não fizeram este tema de casa aqui no RS e hoje estão em crise. O Sul por ser um mercado fechado, bairrista, crítico e rigoroso requer não só um estudo, mas um 'carinho', um 'envolvimento' por parte do 'forasteiro'. Diferente quem fez foi o Carrefour, empresa - apesar de ser Francesa - se adaptou ao RS e promove ações como por exemplo um gaucho num caminhao na entrada das lojas que convida o publico para tomar chimarrao e conversar, 'contar causos' como conhecemos aqui no Sul.

    abraços,
    mateus d'Ocappuccino

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