sexta-feira, 5 de junho de 2009

TRANSPARÊNCIA NA INFORMAÇÃO


Já a algum tempo foi divulgado na mídia, a existência de uma reserva de petróleo no litoral do Brasil. Essa reserva se localizava sob uma camada de sal com pouco mais de 700 metros de espessura.
Várias informações das mais diversas foram veiculadas pelos meios de comunicação. Informações em que apresentavam aspectos positivos, outras com aspectos negativos e até mesmo as que não apresentavam opinião definida sobre o assunto.
Todo e qualquer tipo de informação foi fornecido a população, menos as informações que seriam de maior importância, divulgadas pela Petrobrás.
A empresa não se pronunciou quanto ao assunto.

Analisando por um outro lado, a Petrobrás é uma empresa de capital aberto, que tem uma porcentagem muito alta em ações vendidas.
Não divulgar esse tipo de informação, tanto aos seus acionistas quanto ao seus públicos de interesse só prejudica a imagem corporativa.
Empresas de capital aberto, devem prestar contas aos seus acionistas, uma vez que são essas informações de atividades e crises que definem o valor das ações e também o momento certo de venda e compra aos investidores.

Existe um texto, uma pesquisa feita por James E. Grunig, professor de relações públicas na Escola de jornalismo, nos Estados Unidos, em que é mencionada exatamente essa questão, a falta de informação e de transparência das empresas quando presentes em uma situação de crise ou uma questão emergente.

O professor define quatro princípios da comunicação nas crises.
O primeiro princípio é o de relacionamento. As organizações devem manter sempre o bom relacionamento com os seus públicos. Esse primeiro princípio deve ser aplicado
antes de se ter uma crise.
O segundo princípio é o de responsabilidade. Deve ser assumida a responsabilidade, até mesmo quando a responsabilidade não seja da organização e sim de um terceiro.
As informações devem ser divulgadas com muita transparência, toda a verdade deve ser revelada para obter mesmo em uma situação não muito favorável, a credibilidade.
O ultimo princípio é o de comunicação simétrica. A empresa deve pensar que os interesses de seus públicos são tão importantes e relevantes quanto nos interesses próprios, embora esse último princípio deva ser levado em consideração a qualquer momento e não só em uma situação emergente.

Mesmo são sendo uma situação de crises a vivida pela a Petrobrás, a organização deveria ter partido desses princípios, pois transparência, relacionamento, responsabilidade e uma comunicação vista pelos dois lados de interesses, deve ser aplicada sempre e em qualquer situação. Essas práticas evitam rumores, evitam boatos, evitam informações sem conhecimento, informações manipuladas, e isso sem dúvida é uma arma pra qualquer empresa.



Fonte: A função das relações Públicas na administração e sua contribuição para a efetividade organizacional e societal. – James E. Grunig

Palestra proferida na cidade de Taipei ( Taiwan), em 12 de maio 2001.

Revista : Valor Setorial – Comunicação Corporativa, outubro, 2008


Por: Nicole Martins


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