quinta-feira, 23 de abril de 2009


As grandes transformações na sociedade contemporânea impuseram à comunicação e ao relacionamento com os públicos um papel relevante no contexto estratégico das organizações.


Apesar de ser cada vez mais percebida e valorizada pelos gestores como uma ferramenta estratégica do negócio, a comunicação interna continua sendo a prima pobre da comunicação corporativa, se caracterizando como o meio menos privilegiado no budget anual de comunicação e marketing das companhias.


A idéia de que os funcionários se constituem no parceiro fundamental para o alcance dos objetivos e estratégias do negócio, vem ganhando cada vez mais corpo no discurso das organizações. No entanto, o que se vê na prática de mercado são ações isoladas de comunicação interna e pouquíssimas iniciativas realmente estratégicas e eficazes de comunicação voltadas para os públicos internos.


Apesar de pretenderem a comunicação como estratégica, muitas empresas ainda “brincam” de fazer comunicação interna e, sem a mínima noção do perigo, acabam vivendo no faz-de-conta com os funcionários, onde, de um lado, a empresa acredita que a comunicação interna funciona e é realmente eficaz; e, de outro, os funcionários fingem que essa “comunicaçãozinha” tem de fato alguma importância e utilidade para melhorar a sua vida, o seu trabalho e o seu desempenho dentro da organização.


É preciso compreender que, para ser eficaz, a comunicação interna necessita de suporte ativo e contínuo das lideranças organizacionais, do CEO aos gerentes de linha, e não apenas de um mero discurso ocasional do diretor sobre a importância dos funcionários para a empresa, e não de belos quadros murais, house organs e intranets sem a capacidade estratégica de promover o entendimento e o envolvimento dos funcionários com a estratégia corporativa de longo prazo.


É à custa deste amadorismo que se costuma ver nas empresas quadros murais repletos de recortes de jornal e notas mal redigidas em papel A4, contendo, além de erros de português, informações irrelevantes expostas e a maioria das notícias datadas de meses atrás. Intranets estáticas e desatualizadas, com baixos índices de acesso e carregadas de censura e controle sobre aqueles “escolhidos” para poder usá-la.


Infelizmente, no mundo corporativo, ainda tem muita empresa, principalmente fora do eixo Rio - São Paulo, que age dessa forma e acredita estar fazendo comunicação interna (ou endomarketing, como preferem alguns) da melhor qualidade. E mais, ainda querem que os funcionários estejam comprometidos com a empresa e reclamam que eles não se interessam pelos assuntos da companhia. Muitas delas chegam a lançar suas campanhas publicitárias, sem se quer comunicar aos funcionários do que se trata. Será que com uma comunicação interna deste porte a empresa está se tornando atraente, interessante e desejada pelos seus funcionários?


É preciso que gestores e profissionais envolvidos parem para repensar a comunicação e o relacionamento entre empresa e colaboradores. É necessário refletir se, na prática, essa comunicação está contribuindo para promover o alinhamento estratégico e facilitar o alcance dos objetivos organizacionais e a estratégia corporativa de longo prazo. Analisar com senso crítico e refletir se a comunicação interna está realmente cumprindo uma função estratégica dentro da empresa.


Por: Camila Morata

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